No início da década de 1950, o Prof. Stanley Cohen e seus colaboradores, nos Estados Unidos (EUA), conseguiram identificar um “fator de crescimento epidérmico” (EGF, do termo em inglês epidermal growth factor) nas glândulas salivares de camundongos.
Prosseguindo nos estudos, os pesquisadores observaram que os animais tratados com extrato de glândula salivar se desenvolviam mais precocemente: abriam os olhos e já exibiam os primeiros dentes em 6 a 7 dias, enquanto nos animais que não recebiam o extrato esses mesmos processos levavam 12 a 14 dias.1
Por seu trabalho pioneiro, Stanley Cohen e a Dra. Rita Levi-Montalcini (autora das pesquisas que deram origem ao trabalho do Dr. Cohen) dividiram o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina de 1986.1,2
Mais tarde, foi possível identificar o receptor de EGF (chamado EGFR), ou seja, a estrutura presente nas superfícies celulares que se ligam ao EGF para acionar seus efeitos no organismo de diversos animais, inclusive no ser humano.3
O EGFR é uma proteína que possui três porções: o ponto de ligação ao EGF, que fica fora da célula (ou seja, é uma porção extracelular); uma porção “transmembrana”, que atravessa a membrana celular; e uma porção que fica no interior da célula (intracelular), chamada tirosina quinase, que é responsável por desencadear seus efeitos no funcionamento celular.1,4
Ao observar o tecido de um tumor ao microscópio, os médicos podem identificar o tipo de câncer baseado nas informações das células. Além disso, os médicos também podem procurar alterações no DNA do tumor que estejam causando o crescimento dele. Essas alterações são chamadas de “biomarcadores” ou “marcadores moleculares”.5
Uma mutação no gene EGFR é um biomarcador que os médicos procuram em um tipo específico de câncer de pulmão (chamado “câncer de pulmão de não pequenas células” ou CPNPC). O EGFR é uma proteína das células do nosso corpo que as ajuda a crescer. Uma mutação no gene EGFR pode fazer com que as células cresçam descontroladamente, o que causa o câncer. Se você tem CPNPC, é importante conversar com seu médico sobre testes detalhados para verificar se o tumor tem uma mutação do EGFR ou algum outro biomarcador. Os resultados desses testes são importantes para decidir quais as melhores opções de tratamento.5
Uma maneira de pensar sobre o nosso DNA é como se ele fosse um manual de instruções. Se houver um erro de digitação no manual, a célula receberá instruções erradas e poderá se transformar em câncer. Podemos imaginar erros de falta ou excesso de palavras no DNA, chamadas deleções ou inserções, respectivamente. Pode também haver certos trechos do DNA com troca de letras, chamados mutações pontuais.5
Nos resultados do seu teste, pode acontecer de haver uma deleção no éxon 19 ou uma mutação pontual L858R no gene EGFR (essas são as mutações mais comuns). Essas informações ajudam os médicos a saberem exatamente qual “erro de digitação” existe no DNA do tumor. As deleções do éxon 19 e as mutações pontuais L858R do gene EGFR são tipicamente tratadas do mesmo modo.5
Entre os pacientes com CPNPC, as mutações do EGFR são mais frequentes naqueles com tumores do tipo adenocarcinoma (quando as células do tumor se originam de glândulas), em indivíduos não fumantes, mulheres e em pacientes de origem asiática. Entre os pacientes de origem europeia ou africana, cerca de 15% de todos os casos de CPNPC são positivos para mutações em EGFR. Essa proporção aumenta para 35% nos pacientes do leste asiático e 50% naqueles que nunca fumaram.6
Em geral, há duas maneiras de detectar mutações do gene EGFR. O melhor método é por meio de um sequenciamento genético amplo, chamado “sequenciamento de nova geração” (NGS, do original next-generation sequencing). Nesse tipo de teste, uma amostra de tecido do tumor do paciente (obtida por meio de biópsia) é colocada em um equipamento que procura o maior número possível de biomarcadores de uma só vez. Em algumas situações, não é possível realizar a biópsia e, nesses casos, utiliza-se a chamada “biópsia líquida”, em que a análise é feita em uma amostra de sangue do paciente. Converse com seu médico para verificar se um desses testes foi realizado no seu caso.5
Se pensarmos que o nosso DNA é como um manual de instruções, as mutações seriam erros de digitação nesse manual, que geraria instruções erradas para as células que podem virar um câncer.
Os testes de biomarcadores procuram esses “erros” para que os médicos saibam se o seu paciente é candidato a receber uma terapia específica que resolva diretamente esses problemas (chamada de terapia-alvo).5
Assista ao vídeo para entender melhor!
Quando um paciente recebe o diagnóstico de CPNPC, o teste para detectar mutações genéticas que possibilitem tratar o tumor com uma terapia-alvo tornou-se etapa fundamental do planejamento terapêutico. Essa é a recomendação das principais sociedades médicas nacionais e internacionais da área de oncologia, como, por exemplo, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC),8 a rede nacional norte-americana de câncer NCCN (National Comprehensive Cancer Network)9 e a Sociedade Europeia de Oncologia Médica (ESMO, European Society for Medical Oncology).10
No câncer de pulmão de não pequenas células, a testagem molecular por amostra de tecido é padrão ouro para todos os estágios da doença.11-13
A biópsia líquida pode ser apropriada em situações em que o tempo de espera é crítico, o tecido não é viável ou em casos de a quantidade da amostra de tecido não é suficiente.14,15
Adaptado de Nigro MC; et al. Lung Cancer (Auckl), 2023.Preencha o formulário e receba nosso material exclusivo sobre o câncer de pulmão. O e-book detalha todas as etapas dessa enfermidade – incluindo as fases de diagnóstico e tratamento – e os grupos que podem apoiar os pacientes nesse caminho.
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